01/07/2012

Apenas um conto de (The Black Death City)

( Tagles é um simples morador da cidadezinha de Bird without wings, entre as milhares que existem no purgatório, belo dia Blaue, uma garota que ainda não morreu desembarca por la, ela encontra-se em coma entre a vida e a morte na terra e juntos vão fazendo do pacato local histórias com os variáveis passageiros que acordam no purgatório a espera do julgamento final).



Uma das coisas mais bonitas das vida é você amar o próximo sem esperar em troca.
Angelino aos seus 18 anos de idade havia se apaixonado por uma garota, e após ele descobrir que ela também estava apaixonada, decidiram se casar. Com a ajuda de seus pais, reformaram um apartamento no subúrbio de Nova York. Compraram aos poucos os móveis, tiveram filhos completando assim um ciclo da vida de duas pessoas que se conhecem, se apaixonam e decidem com partilhar da companhia um do outro, onde pra muitos casais isso dura anos e anos, para outros, as vezes dura até o dia que se descobre um inesperado tumor.


Estação de trem de bird without wings.

Era janeiro, eu sabia disso pois nessa época muitos descem do trem contando que estavam comemorando a passagem de ano, e ao voltarem pra casa morriam na estrada, um ou outro bebia demais ou não descansava direito e mesmo assim dirigia, fazendo muita sujeira na estrada e causando muito choro lá na terra.
E em janeiro, Dr Freed sempre ficava isolado, era batata, bastava essa época chegar pra não se ouvir mais a voz do grande cara que eu conheci. E uma bela manhã, dessas que eu sempre ficava curioso pra saber o que aquele homem guardava no peito que tanto parecia doer. Freed arrumou suas malas  pegou Gui no colo e decidiu partir. Eu da janela da cozinha presenciei aquela cena, corri até eles e perguntei o que ele estava fazendo.
_ Onde vai Freed?
_ Eu estou indo embora. Respondeu a mim com os olhos fundos, onde eu percebi que tinha chorado.
_ Porque, aconteceu alguma coisa, como você vai embora com o Gui e pra onde vai? _Perguntei tentando tirar do seu ombro sua mochila cheia de roupas e objetos particulares.
_Na verdade eu não vou embora, eu vou procurar alguém, alguém que está me fazendo muita falta, porém eu não sei quando vou voltar, não sei se vou encontra-lo. E como não sou bom com despedidas decidi apenas partir.
_ E quem é? _Perguntei curioso, pois sabia que de uma forma ou de outra, era esse o motivo que fazia com que Freed ficasse deprimido todo mês de janeiro. E foi quando aquele homem que adorava a pediatria, me contou a pequena história que viverá na infância demonstrando ser muito atencioso com coisas relacionado a família.
_Eu tinha 10 anos quando descobrimos, eu, minha mãe e meus irmãos que meu pai estava com um tumor Maliguino. O senhor Angelino era o cara mais forte que eu já tinha conhecido, e o cara mais incrível também. Como adora me exibir no joga da escola tentando ao máximo fazer um gol pra vê-lo gritar meu nome. Como odiava estar errado e ver ele me chamar atenção por algo que eu fizera no impulso de criança levada. Ao passar dos dias a doença fez aquele homem pesar 40 quilos. Acho que foi por isso que eu decidi ser médico, eu via meu pai naquele estado e não podia fazer nada, eu não tinha forças para carregá-lo e levá-lo para ver o sol nascer. Nos mudamos de Nova York, fomos morar no interior para uma casa onde ele não precisasse subir escadas ou pegar o elevador, para melhor o acesso dele a fisio terapia também, como no jardim da nossa casa existiam muitas árvores, muitas vezes enquanto brincava lá fora surgiam muitos pássaros cantarolando, eu desejava que meu pai de lá do quarto pudesse ouvir o quão bonito era aquele som, mas também nunca havia comentado sobre isso com ele, tinha medo dele dizer que não conseguia ouvir. Ele morreu em janeiro, não lembro bem o dia, não me atentei a isso, mas agora que estou aqui, acho que poderíamos nos encontrar e eu contar sobre essas coisas a ele.
_Você acha que vai encontrá-lo, você sente que vai encontrá-lo? Perguntei.
Não sei, o purgatório é maior do que a minha mente pode alcançar, mas não consigo ficar aqui, sei que vocês são uma família pra mim, mas não se compara a minha verdadeira família.
Freed me abraçou e pediu pra pedir desculpas por não se despedir de Blaue que ainda dormia. E com o pequeno bebê que ele, imagino eu, tratava como o seu pai lhe tratou, se foi, subiu no trem que estava passando e seguiu rumo ao nada em busca de alguém que lhe fazia bem.
Eu aquela tarde fiquei pensando a minha família também, fiquei pensando em meu pai e minha mãe. Seria muito inconveniente da minha parti dizer a Freed naquele momento que a morte nos leva a dimensões diferentes. Não temos dia, mês ou anos aqui, como já ouvi dizer um dia pra nós e como um século pra quem vive na terra, mas contradizem aqueles que acreditam que um séculos pra nos é um simples encher de pulmões, um simples espirro, um simples olhar. Se não fosse as dimensões e ilusões eu também iria atrás dos meus. Não é bom viver sem aqueles que ti ensinaram a caminhar.




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